Vencer na vida importa?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dificil me divertir??

Ultimamente venho prestando mais atenção à maneira como as pessoas se divertem, ou melhor como elas escolhem se divertir.
Existem diversas formas de diversão e momentos para elas, os adultos solteiros preferem a noite, os que estão em um relacionamento preferem passear durante o dia e voltar para casa a noite e fazer algo mais intimista.
Vamos primeiro aos solteiros, que vão em bares e baladas ou afins com a intenção de não ficar no zero a zero, perdôem o termo, mas é como eles mesmos dizem.
Eles, e quando eu digo eles, entendam eles e elas, conversam sobre a mesma coisa, sobre fatos, eles falam sobre coisas que aconteceram com eles ou com amigos, enquanto bebem e vasculham o ambiente pela próxima presa. Sempre conversando sobre fatos, nunca pensamentos formulados sobre os fatos.
Acho que não entenderam o que eu quis dizer, vou tentar ser mais direto.
O que ouvimos nas conversas atuais em mesas de bar, baladas, churrascos, etc, é sempre a mesma coisa.
-- Eu acordei as 08 da manhã fui trabalhar, almocei em um restaurante, sai do trabalho e vim direto pra cá pra ver vocês.
-- Ontem eu tava dirigindo pra ir pra casa da minha mina, quando um cara veio do nada e me cortou, e eu tipo fiquei puto, e fui atrás dele, mas aí ele sumiu.
-- Minha tia ta vendendo a casa dela!
-- Quantos metros de construção? Que bairro fica?
--Não sei, ela que ta vendendo, quer o telefone dela pra você ligar pra ela?
Meu Deus do céu, se não tem mais informações sobre um assunto, nem comece a falar disso!!
Mas o pior pe quando começam a falar de sexo, ou de carros, ou de dinheiro.
Não acredito que seja ruim falar de carros, dinheiro, contar fatos, mas tudo isso leva à uma conversa mais profunda, para continuar no mesmo assunto.
O que vemos hoje em dia são pessoas que não continuam um assunto por dois motivos, motivo número um e responsável por 90% dos casos, as pessoas não tem conhecimento suficiente sobre qualquer assunto para continuar a conversa. Motivo número dois pessoas que possuem conhecimento para tal, tem receio de serem consideradas chatas, ou até mesmo(pasmem) gays. Sim gays, é como alguns homens chamam outros homens que sabem falar, se vestir, conhecem algo mais da vida do que comer, beber, transar e dormir.
E eu digo qualquer assunto, não falam de cinema e quando falam é sobre comer, rezar e amar!! Nada contra o filme, mas como assistem à isso e não assistem coisas que fazem pensar, qual o motivo??
É simples, pensar saiu de moda, é retrô pensar, como no filme Idiocracy, falar com um vocabulário um pouco mais amplo é coisa de viado.
E olha que esse filme era pra ser mais um besteirol americano, recomendo esse filme como um exercício de auto critica, será que não caminhamos para o estado de máxima imbecilidade a passos largos, e diferente do filme, chegaremos lá antes de dois mil e quinhentos!
Sair a noite se tornou uma tortura pra mim, vejo olhos que refletem o que esta ao redor, olhos que não alteram a realidade, digo olhos que não acrescentam nada ao ambiente.
Vejo pessoas que deixaram tudo de lado para viver no piloto automático, ver o que vai acontecer, pessoas que querem conhecer alguém especial, mas se esqueceram do mais importante:
Elas devem se tornar especiais para encontrar alguém especial.
Digo especiais, mas o correto seria serem criticas, para entender o que acontece ao redor, e entender o que quer, e se aquilo que se apresenta é o que ela deseja.
As pessoas precisam ler mais, pensar mais, se entenderem primeiro depois entender o redor.
E digo que ler é o que precisam , mas elas devem criticar o que lêem e pensar por sí próprias.
Existe uma enorme diferença em conhecer o caminho e seguir pelo caminho! Pra quem assistiu Matrix e entendeu o filme sabe o que isso significa! rs.
Que fique bem claro que não me importo em ir a lugares onde as pessoas falem sobre nada, haverá sempre lugares e pessoas que falem comigo sobre algo relevante.
É até bom nem sempre falar sobre algo relevante, damos um merecido repouso ao cérebro.
O que me incomoda, é o fato de lugares com pessoas que falem sobre algo relevante esta cada vez mais raro encontrar, quando encontramos, queremos ficar lá para sempre.
E o perigo é maior ainda, não quero ficar para sempre com pessoas que falem so coisas relevantes, quero ter meus momentos de animal e não falar sobre nada, simplesmente não falar sobre nada, ou melhor falar sobre coisas que nada valem.
Pois ficar entre pessoas que sabem algo relevante pode ser chato também, pode ser entediante.
Quanto mais tempo passo com pessoas que falam sobre coisas relevantes, mais quero ficar perto delas, e menos quero ir para lugares onde não os encontrarei.
Isso esta me transformando em um nostalgico que reclama que na década de 80 era cool falar sobre Sartre ou Niesztche. Hoje é cool saber quem é Justin Bieber e ler a saga crepúsculo, imagino Bram Stocker se remoendo onde quer que ele esteja toda vez que ouve alguém dizendo que a saga crepusculo é o que se fez de melhor sobre vampiros.
Não é!!! Não chega nem perto!! Não se fala de vampiros na saga.
Vampiro Vegetariano???? E ninguém reclama??? Pelo único motivo de ser o mais visto de todos os tempos!!
Pois eu lanço um desafio aqui e agora! Quem concorda comigo que desde a sua primeira edição Dracúla de Bram Stocker foi lido por um número maior de pessoas do que a saga crepúsculo foi lida ou vista nas telonas ou telinhas?
Claro que a maioria já morreu
Agora algo para saber se você é parte da resistência.
Assistiram o filme a caixa preta?
Um filme Francês maravilhoso que fala sobre como nossa memória funciona e nos prega peças e ditam nossos atos.
Nosso passado influencia nossos atoos presentes que afetaram o nosso futuro.
Recomendo que assistam e se forem capazes de entender o filme, farão parte da resistência.
PS.: Pra quem não conseguir achar em português o nome da versão em Francês é La Boîte Noir. Usem o link abaixo.

http://www.imdb.com/title/tt0414879/

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AUSTERIDADE versus HUMILDADE

Desde que decidi que bastava de entender as pessoas e que estava na hora de que me entendessem, passei a mostrar meus sentimentos, o que pensava sobre os assuntos e isso fez com que eu reparasse em algo que antes não podia ver.
As pessoas têm medo de serem contrariadas, em movimento contrário ao meu, que amo quando encontro um antagonista, pricipalmente se for um antagonista de peso( não o Ronaldo, rs). Já que não basta dizer que uma pessoa esta errada, precisamos sempre expor os argumentos que nos fazem achar que a pessoa esta errada.
A maioria das pessoas hoje acha que outra pessoa esta errada independente do que a pessoa disse, simplesmente por não gostar do seu interlocutor, ou por um preconceito contra essa mesma pessoa.
Não se ouve mais a expressão "para o bem da discussão", o que se ouve e muito, aliás na minha opinião ouvimos demais é "não vale a pena discutir".
Quantas vezes vocês ouviram isso?
Eu ouço vezes demais!
É claro que vale a pena discutir, sempre vale a pena discutir, claro que sempre com respeito para com o interlocutor. Quando não se concorda com algo dito, não significa que não gostamos do interlocutor, que não respeitamos sua opinião, que queremos diminuir sua pessoa, uma discussão pessoal deixa de ser uma discussão e passa a ser uma contenda!
Gosto sempre de citar a descrição do dicionário para as duas palavras.
De acordo com um dicionário que possuo que foi impresso em 1986 seguem abaixo a descrição de cada palavra.:
Discutir : Debater, questionar, examinar.
Contenda : Contenção, altercação, briga; combate.
Lógico que uma discussão pode se transformar em uma contenda, mas apenas se não houver respeito mútuo.
Saindo da explicação vou ao ponto que quero abordar hoje.
As pessoas acham que quando eu digo o que penso e normalmente é contra a opinião delas, eu quero apenas diminuí-las, mostrar que elas não sabem nada, etc.
Claro que isso não é verdade, quero que elas percebam que existem outros pontos de vista, o meu é só mais um. Sei que as vezes estou enganado, mas pelo bem da discussão eu vou defender meus pontos de vista com todos argumentos que eu tiver. Cabe ao meu interlocutor arranjar os argumentos de forma a me convencer.
Mas que fique bem claro que defenderei com austeridade minhas convicções.
Algumas pessoas acham que devo ser mais humilde, mas confundem humildade com baixa auto estima, e eu concordo com elas(rs)! Vejam as definições do dicionário.
Austeridade : Qualidade, modo de austero, severidade; inteireza de caráter.
Humildade : Modéstia; submissão; pobreza; inferioridade.

Não questiono quem é humilde, questiono quem acha que humildade é uma qualidade!
É uma característica que deve ser respeitada, jamais uma qualidade.
Conan Doyle usou Sherlock Holmes para ensinar algo de profundo valor.
Em um diálogo com Watson que cobrava dele um pouco mais de humildade, ele disse o seguinte.
Não! Jamais ouvirá uma frase modesta da minha boca! Entenda que eu sou amante da verdade, você já sabe disso, e que a modéstia é inimiga da verdade. Se eu sei que sou capaz de fazer algo, ou sei de algo que outra pessoa quer saber e não utilizo essa capacidade ou conhecimento por modéstia estou me afastando da verdade tanto quanto se estivesse dizendo uma mentira.

Dado isso, quero completar que quando se aceita a inferiodade de uma pessoa, aceitamos também que mais cedo ou mais tarde encontraremos uma pessoa superior à nós mesmos, isso divide as pessoas em camadas. E isso é um absurdo. Somos todos iguais, merecemos o mesmo respeito, e nossas opiniões também merecem respeito.
Podemos não aceitar outras opiniões, mas sempre devemos fazer isso por conhecer argumentos que nos façam refutar tal opinião, ou pelo proprietário dessa opinião não ter conseguido argumentar o suficiente para lhe convencer.
Quando penso nisso me vem uma imagem à mente. O filme do superman, nesse filme um hominídeo de outro planeta, chega a Terra e para nos ajudar ele precisa se disfarçar para "fazer parte", para ninguém descobrir quem ele é. E que disfarce ele usa? Quem respondeu Clark Kent quase acertou, quem lembrou das características do Clark acertou em cheio.
Clark era tímido, humilde, apaixonado pela Louis Lane, mas nunca teve coragem de lhe dizer.
Já o Superman era austero, confiante, sabia de seus poderes e de suas fraquezas, e lidava com as situações de acordo com seus conhecimentos.
Mas todos se compadeciam de Clark. Ouvia coisas como " Ah, tadinho, ele merece ficar com a Louis!"
Tudo isso me fez ter 2 dúvidas.
Vamos à elas.
Duvida 1 : Os quadrinhos e o filme não seriam um plano de marketing para nos transformar em Clarks, endeusando sua humildade como a maior qualidade de um super-herói?
Duvida 2 : Seria assim que um ser de outro planeta, mais evoluído veria os homens desse planeta? Fracos, inferiores, tímidos, incapazes de expor o que sentimos e pensamos??

Ficam para vocês essas dúvidas, que foram minhas um dia. Eu hoje sei as respostas, mas só soube depois de muitos anos lendo e aprendendo sobre o ser humano.
E hoje se você acha que vou ser humilde e não dizer o que sei e o que penso, esta muito enganado, pois sou austero, tenho inteireza de caráter e é meu dever como ser humano de disseminar o que sei e que penso.
Convido vocês a fazerem o mesmo, compartilhem comigo o que sabem, aprenderemos juntos, cresceremos juntos.
Fica aqui um link para um video que gostaria de compartilhar com vocês. Lembrem-se que não precisam acreditar ou concordar com ele, apenas entendam seus argumentos e saibam que se vocês entenderem, significa que fazem parte da resistência!!

http://www.youtube.com/watch?v=eP6nlpZDpMI

Sempre termino com uma campanha!! As campanhas eram apenas teasers, à partir de agora vou terminar sempre com a mesma pergunta.
Quem faz parte da resistência???
...
To be continued.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ainda indo para o centro da alma, apenas um caminho diferente!

Depois de uma experiência fantástica na Europa, estou de volta ao Brasil, agora que as coisas se assentaram quase que inteiramente, voltarei a me dedicar ao blog para compartilhar com vocês experiências que me alteram como ser humano.
Talvez pensem que essas experiências não acontecem aqui no Brasil, desculpe por discordar, elas acontecem sim, é preciso apenas mudar a perspectiva que o ensinamento esta lá.
Para começar essa fase brasileira de aprimoramento humano vou contar 2 experiências que tive, que são a cara do Brasil, ou melhor do que esta acontecendo em escala Global.
A Primeira ocorreu no feriado de 15 de Novembro, mas começou no dia 14 Domingo voltei de São Paulo por volta das 23 e 30 e como faço todas as noites liguei a TV para ver os acontecimentos esportivos do dia e relaxar, em outras palavras para dar sono! Percebi que não tinha sinal do satélite, ou seja nada de TV, tentei ligar para a Sky depois de fazer o procedimento padrão, desligar da tomada, fazer um reset,etc.
Já era perdo da meia noite e ninguém atendeu. Tudo bem, era domingo, tarde da noite, entendo, deixei pra ligar no dia seguinte.
Na segunda liguei e fui atendido pela gravação, que pediu o CPF do assinante, que no caso é o CPF da minha irmâ que como alguns de vocês sabem contratou o serviço enquanto eu ainda viajava, minha irmâ não mora comigo, e mesmo que morasse era feriado e ela estava viajando, logo eu não tinha o número do CPF em mãos. Pensei, vou colocar números aleatóriamente, quando o sistema não reconhecer como número válido passa pra uma atendente e eu explico o ocorrido, depois de digitar os números ouvi a seguinte frase.
-- Na boa, eu preciso de um CPF válido para lhe ajudar.
Pensei ter ouvido mal, e digitei novamente qualquer sequência numérica, e o que ouvi a seguir foi.:
-- Na moral, se você não digitar um CPF válido não vou poder te ajudar!
Realmente eu não havia ouvido mal, eles usaram gíria na gravação eletrônica, me senti comprando chicletes no bar da esquina.
Um pouco irritado consegui os números corretos depois de falar com a minha irmã e consegui chegar até um atendente, que me informou que o sinal foi cortado por falta de pagamento! E eu o informei que o débito era direto no cartão de crédito. Ela me informou que o cartão não havia repassado a verba pra Sky.
Nesse momento aparece a pergunta interna, aquela que você pergunta apenas a sí mesmo e não para o seu interlocutor.
-- E o que EU tenho a ver com isso???
Mas como sempre utilizei de educação com uma pitada de sarcasmo, consegui que o sinal fosse religado, mas fui informado que eles cobrariam R$ 9,00 de taxa de religamento de sinal.
Fiquei perplexo, como assim vai me cobrar por algo que não foi culpa minha???
Pra resumir a estória, não perdi tempo discutindo, e fiz o que todos deveriam fazer, agradeci a ajuda, desejei um bom dia, desliguei o telefone e nem coloquei no gancho, já disquei os números da Anatel, fiz a reclamação e 3 dias depois a Sky me ligava para se desculpar e avisar que não cobraria a taxa.
Não avisei que era tarde demais pois o mal já estava feito, já estou descontente com o serviço.
O segundo caso aconteceu ontem fui passar meu nome o documento da CB 84 que comprei. Fui ao poupa tempo e descobri que além do recibo de propriedade do veiculo assinado pelo antigo dono, com firma reconhecida no cartório, eu precisava de um comprovante de endereço, cópia de RG e CPF meus, o que eu já possuía. A atendente montou o processo e me disse que eu precisava levar para fazer o laudo. Eu disse sim, aqui ao lado no ciretran, não é?
Ela respondeu.:
-- Não em uma das empresas fazer o laudo, no Ciretran você vai fazer a vistoria.
Aparentemente são duas coisas diferentes, mas quando eu perguntei à ela qual a diferença ela não soube me explicar, disse simplesmente.:
-- Eu não sei, mas o senhor tem que fazer, é assim que todo mundo faz!!
Eu respondi, tudo bem pois não sabia que tinha que pagar pelo laudo, R$ 60,00.
Paguei muito a contragosto, e conversando com o atendente da empresa que fazia vistoria, mostrei minha indignação e finalizei perguntando se ele ouvia muita gente reclamando. Sua resposta foi.:
--Não o senhor é o primeiro que reclama!!
Ta ai o problema, ninguém reclama, todos fazem como são mandados, e as coisas continuam do mesmo jeito, ou seja sem funcionar.
Saindo de lá fui ao Ciretran ver outra pessoas fazer na vistoria o mesmo que outra pessoa fez no laudo, ou seja, ver se funcionam as setas, o farol, a buzina, etc.
Percebi por essas duas experiências, que é muito fácil condicionar as pessoas a fazerem as coisas, se dissermos que é a maneira que é feita.
Não precisamos mais argumentar para convencer que algo precisa ser feito.
Precisamos apenas dizer que todo mundo faz e pronto a pessoa já esta inclinada a fazer.
Quem já me conhece sabe que se me disser isso, é o mesmo que não querer que eu faça algo. Pois ao ouvir isso, mesmo que eu concorde que tenha que ser feito, eu não vou fazer só porque todo mundo já faz!! rs...
Vou começar outra campanha aqui, a antiga já é antiga demais!! rs
Não aceitem as coisas simplesmente por outros terem aceitado!! Complique, façam as coisas simples ficarem complicadas, assim as pessoas exercitaram o músculo mais importante para descomplicar de volta!!
Qual o músculo mais importante?? O cérebro!!
Campanha exercitem o cérebro!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Saindo da França!!


Depois de um cansativo mês em território Francês, chego finalmente à Italia.
Não antes de parar em Dijon na região da Côte D'or, próximo a divisa com a Suiça!
Isso mesmo!! Tive que atrevessar a Suiça para chegar à Italia.
Quando o trem se aproximava da fronteira Suiça, ouvi um anuncio no sistema de rádio do trem, isso mesmo, pasmem, além de ar condicionado, o trem tem sitema de som para fazer anuncios. O anuncio dizia que em 30 minutos o vagão restaurante seria fechado, tentei imaginar qual seria o motivo pois chegava a hora do almoço, como assim fecha o vagão restaurante na hora do almoço??
Uma hora depois eu entendi o motivo pelo qual o restaurante fechava.
Oficiais da imigração entraram no vagão onde eu estava e pediam o passaporte de todos os passageiros, e faziam perguntas comuns em imigração como:
Pra onde vai? De onde vem? Etc...
Quando chegou minha vez, contei que estava de passagem pela suiça à caminho da Italia, e mostrei meu passaporte, ele perguntou qual era minha bagagem, mostrei. Foi então que ele me pediu pra verificar minha bagagem, nesse momento percebi que alguma coisa estava estranha, ele não tinha pedido pra nenhuma outra pessoa no vagão!!
Eu disse que sim, claro e enquanto me levantava, tirei a alça da maquina fotografica do meu pescoço para deixar no banco, o oficial me disse:
Pode pegar sua maquina, e trazer com você, nós vamos pra outro lugar com a sua bagagem.
Pensei, Xii Marquinho!!! E agora??
Bem, eles foram super educados, até me ajudaram a levar a bagagem para o vagão restaurante, aí entendi o motivo do fechamento antecipado.
Chegando no vagão, mais 4 oficiais se juntaram ao outro, apenas para dar uma idéia, o mais baixo e menor deles era 5 centimetros mais alto que eu.
Pela primeira vez na minha vida em uma situação de imigração me senti ameaçado.
Cada uma das minhas malas, a mochila de 70 litros que carregava nas costas, o malinha de carrinho, e a bolsa onde carregava o lap top estavam abertas sobre uma mesa e os oficiais tiravam tudo de dentro abrindo cada compartimento, cada zíper, cada botão, enquanto o maior deles, que devia ter mais de 2 metros usava um rádio para passar o número do meu passaporte à uma central, para uma checagem mais ampla.
Nesse momento perguntei se o oficial falava inglês, como me senti pressionado, não queria que a entrevista se passasse em francês, eu queria em uma lingua que eu domino.
Ele me disse que a entrevista seria em francês.
Ele foi fazendo perguntas das mais variadas, enquanto me pedia para esvaziar os bolsos.
Abriu minha carteira e quando viu as notas de Real que eu tinha, perguntou de onde eram, perguntou que lingua se falava no Brasil.
Não que ele não soubesse, ele estava tentando me fazer cair em contradição.
Com o passar do tempo fui ficando mais confiante, vi que eles estavam fazendo apenas o trabalho deles, que não havia nenhum tipo de preconceito, só uma dúvida que queriam esclarecer, e a conversa foi ficando mais amigável.
Depois de tudo acabado, eles colocaram tudo de volta, exatamente como estava, e fecharam as malas, me devolveram o passaporte e a minha carteira.
Me disseram que Lausanne já se aproximava e que não havia necessidade de voltar para o meu lugar, pois em 10 minutos estaríamos na estação, aproveitei para conversar com eles.
A conversa ficou tão amigável que cheguei a contar a piada do McDonalds e ex-namorada pra eles, e eles riram absurdamente!! Adoraram a piada.
Quando percebi que tinha a confiança deles, perguntei sobre o procedimento, se era normal, e o motivo pelo qual me escolheram. A resposta foi:
Estavamos procurando por drogas, e o mais comum é que brasileiros façam o transporte de um país à outra na Europa, utilizando o trem.
E Todo Brasileiro era parado para averiguação.
Nesse momento eu procurava algum traço de preconceito da parte dele em relação aos brasileiros, mas não havia nenhum, ele simplesmente sabia que estatisticamente, era mais fácil achar um brasileiro com drogas do que um sem.
Isso me lembra casos recentes de reclamações de mulheres que foram deportadas na Espanha e em Portugal.
Existe um número muito grande de Brasileiras que vão à esses países para fazer algo ilegal, então é preciso que fique claro que não é esse o motivo da viagem, caso contrário, eles vão deportar sim.
No meu caso, a conversa foi tranquila, mesmo com o meu nervosismo a principio.
Se eu tivesse demonstrado o nervosismo, se não tivesse mantido o clima ameno, se eu tivesse mostrado descontentamento, ou impafia, com certeza eles teriam feito algo, mesmo sem ter encontrado nada.
É preciso que se entenda, que eles querem evitar que algo aconteça, que as estatísticas dizem que um determinado tipo de pessoa é mais suscetível a fazer isso, lógico que eles vão procurar esse tipo de pessoas para averiguar.
Nesse caso, brasileiros com muita bagagem!! Ou simplesmente Brasileiros.
Bom, tirando isso, gostaria de comunicar que a mudança na paisagem ao chegar na suiça é quase que automatica.
Eu sabia que tínhamos chegado na Suiça antes do sistema de rádio anunciar. É quase como se fosse programado para mostrar na janela, um programe diferente depois de um determinado tempo. Como um televisor com um controle remoto que as 21:50 tira da record para ver o jogo na Globo numa Quarta a noite.
Tive a nítida impressão de que mudei de fase num jogo de video game.
O mesmo aconteceu quando cheguei na Itália.
Aliás Firenze me lembra muito São Paulo.
Até o cheiro!! A estação é idêntica a Estação da Luz em São Paulo na Década de 80.
A comida aqui é melhor do que na França, começo a achar que chegarei no Brasil com mais de 100KG, o café aqui é sem dúvida nenhuma o melhor do mundo.
Qulquer boteco boca de porco faz um Cappucinno melhor que o da Ritazza na IBM, Bom aí não precisa muito, rs. Então eu digo que faz melhor que a casa do pão de queijo na Norte Sul, melhorou??
Chega por hoje! Digo que de agora em diante escreverei semanalmente, esse post valendo pela semana passada, então até Sexta teremos mais um.
E continuamos com a campanha não vença na Vida!!
E fecho com um aforismo...
I used to believe in something!!Now I believe I was wrong!!!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Fim da Etapa Amboise

Se aproxima o dia em que trocarei a França pela Italia.

Assim como quando se aproximou a hora de deixar UK, um sentimento de perda toma conta de mim.

Tive momentos brilhantes e momentos não tão brilhantes!

Foi Cansativo e ao mesmo tempo Confortante.

Será Cansativo e também Confortante na Italia!! Me apaixonei várias vezes, percebi que as mulheres francesas tem o contorno dos lábios mais perfeitos, mas o sorriso não é tão belo! rs

Vi pessoas das mais variadas personalidades, em exercícios de sobreposição consegui visualizar todas em situações semelhantes no Brasil. Acho melhor explicar o que vem a ser esse exercício! rs

Sempre achei que a melhor forma de explicar é por exemplo, portanto vou dar um agora.

Em um determinado dia enquanto eu comprava presentes para minhas sobrinhas percebi que um turista, provavelmente americano a julgar pela vestimenta e empáfia tentava ganhar alguns créditos com a atendente Alexia(soube o nome dela depois), falando sobre o trabalho dele, o que ele costuma fazer nos EUA, etc. Ela mantinha a educação, mas em suas respostas percebi apenas o absolutamente necessário para tratá-lo de forma educada e profissional. Ele foi se cansando de ser discreto e começou a dar informações diretas de suas intenções, ela apenas sorria. Ele já se sentindo menosprezado passou a ser rude, mas sem ser grosseiro, selecionou alguns itens, e sem palavras além das necessárias pagou e se foi.

Depois que ele se foi, a Alexia veio me atender, eu sorri com simpatia, fiz algumas perguntas sobre alguns produtos, e pedi uma blusinha pra minha sobrinha de 10 anos, ela me mostrou uma que era simplesmente perfeita, mas era pra uma criança de 10 anos pequena, eu disse que minha sobrinha tinha o mesmo gene do crescimento que eu, e que era da altura dela(Alexia tem 22 anos).

Ela fez um gesto de descrença mas enquanto fazia esse gesto mudou seu olhar e me olhou diferente. Calma, não foi diferente do tipo quero você! rs. Foi diferente do tipo agora te vejo, antes você era um cliente(número), meu trabalho, agora você é uma pessoa.

À partir desse momento a nossa conversa foi interessante, e agora eu sei que ela nasceu em Amboise e acabou de voltar da Inglaterra onde aprendeu inglês, o que lhe permitiu conversar com o americano, mas ela me confessou que nem se importou com as investidas dele.

Agora a comparação:

O Americano é o cara que por ter dinheiro ou alguma outra coisa que o faz pensar ser diferenciado, acha que consegue tudo o que quer, tem a audácia de paquerar quem ele bem entender e se sente ofendido quando o objeto de desejo o ignora, como se ele pensasse: Quem ela pensa que é pra me ignorar assim. Acho que vão concordar que no Brasil isso também acontece.

Ela é a pessoa que trabalha em contato com outras pessoas e no entanto não enxerga pessoas, enxerga TRABALHO. Não acho que isso seja errado, isso apenas me deixa triste.

Dois dias antes desse acontecimento eu estava em Paris com 2 Brasileiros que conheci aqui em Amboise, e fomos passear no Centro pompidou, onde estão obras de artes dos principais artistas do mundo.

Chegando lá vimos na praça em frente ao museu, um aglomerado de pessoas que assistiam a pequenas apresentações de artistas de rua. Nem preciso dizer que não entrei no museu e fiquei vendo as apresentações. Que foram magnificas, tinha um mimico, um acrobata, um palhaço, e um mágico.

Nos intervalos das apresentações, ficava apenas ouvindo as diferentes linguas que eram faladas ao meu redor, e percebendo as reações das pessoas.

Tive então o melhor momento da minha viagem, pelo menos até agora.

Um sentimento perfeito, de sincronia, como se tudo que estava acontecendo, estivesse em perfeita sincronia com meu ser, impossivel descrever, quando estiver aí eu tento com mais palavras, quem sabe até com o poema que estou terminando sobre essa tarde mágica. Por enquanto fica a foto acima, que tirei em um desses momentos de harmonia.

Tem outras fotos interessantes que coloquei no facebook, tem a foto do artista agachado, mas não foi esse momento que tentei captar com a minha lente, o que tentei captar foi a curiosidade humana na expressão da pessoa à esquerda do artista. Se tiverem a curiosidade de entrar no meu facebook e ver a foto, reparem como ele esta perplexo, não com a beleza da obra, mas como o artista deu vida à essa beleza, ele se pergunta como é possivel alguém conseguir fazer algo assim.

Quando os dois saíram estupefatos de tanta beleza em quadros, me contaram tudo o que viram, e me disseram que eu havia perdido a melhor parte de passeio, obras do Picasso, do Matisse, etc. Eu apenas sorri e dise que eu tive uma tarde maravilhosa, e que me havia acontecido algo maravilhoso. E me perguntaram se eu havia falado com alguma mulher e marcado de encontrar no hotel!! kkkk

Eu pensei isso seria bom, ou melhor muito bom, mas não maravilhoso!!

Eu apenas sorri e disse que não era nada disso e não tentei explicar.

Posso afirmar apenas que depois dessa viagem, meus sonhos são mais frequentes, mais vívidos, mais claros, e não posso deixar de dizer mais esclarecedores.

Eles ainda tentaram me convencer que o melhor estava lá dentro. Até que eu percebi que seria melhor dizer que sim, e que eu achava uma pena eu ter perdido, etc.

Mas no fundo eu queria explicar que eu não queria ver obras de arte escolhidas por pessoas que eu não conheço, expostas da maneira que eles querem , na sequencia que eles querem, ao invés de poder ver obras de arte enquanto elas acontecem, com os artistas responsáveis por elas.

Mas seria difícil, portanto eu nem tentei.

Estou na Dúvida se termino com um aforismo, ou com a continuação da campanha da postagem anterior!! Faço as duas coisas!! rs
Campanha não vençam na vida!! ´
Hoje ganha o auxílio do exemplo da Alexia, de Amboise. Quando eu me despedi dela, ela disse que tinha sido interessante conversar comigo, eu lhe disse que foi quando ela deixou de me ver como clente, e passou a me ver como pessoa, lógico que ela fez cara de ué!! kk
Eu pedi pra que ela pensasse nisso, e toda vez que fosse atender alguém olhasse nos olhos da pessoa.
Ela sorriu, disse que eu tinha razão e disse ainda que se lembrou que tudo mudou quando ela me olhou nos olhos!! É diferente, eu sei disso e agora a Alexia sabe disso, pra quem mais vocês vão contar???
Para o aforismo:
E a frase é antiga mas nunca seu sentido me falou tão alto:

Sensibilidade é um dom!! Apreciá-la, um gesto de carinho!! Entende-la, bom .... isso já requer uma boa dose dela mesma!!!

quinta-feira, 15 de julho de 2010


Atendendo à pedidos aqui vai mais uma postagem.

Agora que estou mais acomodado, ou seja sem me locomover tanto como no primeiro mês, posso analisar com mais cuidado as coisas que acontecem ao redor.

No último final de semana fui passear mais ao norte da França, com amigos que fiz na escola, todos brasileiros, e chegando na estação de trem de Amboise vi uma mãe aos berros com seu filho que deveria ter no maximo 3 anos, aos berros mesmo, como eu apenas havia visto aí no Brasil, e eu sempre atribuí a falta de educação apropriada e pensava ser um gesto grosseiro que apenas pessoas sem articulação utilizariam.

Isso em uma cidade pequena que emana cultura eu não esperava.

E eu estava errado, como várias vezes antes, e admito que estava errado.

Isso também acontece aqui, infelizmente.

Bem, continuando a viagem, entramos no trem e fizemos algumas conexões para chegar até Saint Malo, uma cidade linda, caminhamos por alguns minutos até chegar na cidade que fica entre os muros, isso mesmo a cidade fica dentro de muros que estão lá desde a idade média, simplesmente fantástica, linda e velha.

Comemos em um restaurante chamado Lyon D'or, detalhe, já era meia noite, e ainda não tínhamos onde ficar, fomos procurar estadia depois da refeição, quase não encontramos.

Na manhã seguinte ao conversar com a recepcionista(linda) sobre coisas a se fazer em saint malo, avistei um folheto de Guernsey e fiquei atônito.

eu adoraria conhecer, quando comentei sobre o lugar com a recepcionista, ela disse que valeria a pena conhecer pois o lugar é mesmo muito bonito. Fiz um comentário sobre Victor Hugo, pois lá se passa a estória de Gilliat o personagem de Os Trabalhadores do Mar. A recepcionista desconhecia a estória, e me disse que só leu os poemas do Victor Hugo porque era leitura obrigatória na escola!! Buááááaáá....

Sem comentários, quem me conhece sabe pra onde a conversa foi.

Bom, saímos do hotel, caminhamos um bocado até a praia, e com exceção da areia que não era tão bonita, a praia de um modo geral não deixava a desejar em relação às praias que eu conheço no Brasil.

No final da caminhada ficamos em um bar acima da praia, de onde pudemos ver a maré subir e encobrir quase toda a praia, chegando mesmo a tocar o muro que cercava o bar.

E no final do dia de sol, que aqui é as 21 horas, pudemos observar um lindo pôr-do-sol.

No dia seguinte fomos até o monte Saint Michel, simplesmente lindo, porém cheio de turistas de todas as partes do mundo, subir a estreita ladeira até a entrada da abadia, foi ter uma noção do que se passou na Torre de Babel. Ao entrar na Abadia, havia uma missa sendo celebrada, uma sensação fantastica, órgão e coral, e tudo o mais que uma missa deve ter.

Não pude deixar de pensar qual o efeito disso tudo em mentes medievais, detalhe que não posso deixar de contar, a Abadia existe desde o século X.

Beleza à parte, vem a minha consideração sobre tudo, não só esse lugar, como os lugares que visitei de um modo geral.

É um lugar dedicado ao turista, todos os turistas tiravam fotos de tudo, como se fosse a coisa mais importante do mundo, como se eles precisassem das fotos para provar que estiveram na França e foram até aquele local. Pura ingenuidade, eu acredito que visitar pontos turísticos não lhe dá direito de dizer que visitou um país, ou um lugar que seja.

Pois o ponto turístico não lhe da o sabor do lugar.

Me senti no lugar, quando ao esperar o trem para voltar dei uma volta nos arredores da estação e conversei com um rapaz que sentado, bebia uma cerveja e comia uns petiscos.

Começo a achar que os pontos turísticos são invenções de pessoas mal intencionadas. Foram criados para que as pessoas viajadas tenham a idéia errônea de que conhecem algo além da sua cultura, e possam dizer, mas eu tenho autoridade para falar da França, já estive lá, veja tenho fotos da Torre Eifell, de Saint Malo, do Chateau do Da Vinci em Amboise.
E como passam todo o tempo em lugares turísticos não conseguem conhecer a cultura local e realmente expandir seus horizontes.

E eu pergunto à essas pessoas, você esteve na França? Ficou quantas horas sentado em um banco de praça observando mães passeando com os filhos, casais de namorados conversando, amigos que passam pra pegar o ônibus do outro lado da praça??

quantas vezes você puxou conversa com um velho que se sentou no banco pra descansar??

Se a resposta for negativa a conversa sobre cultura internacional se encerra imediatamente.

Eu fiz isso, e cada vez mais me convenço de que não estava no lugar errado, eu estou na época errada.
Em postagens anteriores eu disse que baguá tem em todo lugar, algumas vezes no Brasil eu havia dito que sabia que aqui na Europa também tinha baguá, mas eu não sabia que eram tantos. Eu literalmente tive que ensinar história da França pra uma garota, garota não, mulher!! Ela tinha 22 anos, nunca tinha saído da França, e achava meu nome muito estranho. Tive que he contar que Kleber foi um General Francês na época de Napoleão, só o terceiro no comando, o que o qualificava para ficar no lugar de Napoleão em caso de necessidade. É o mesmo que não saber quem foi Costa e Silva no Brasil, etc.

Começo a achar que o Jordan Maxwell esta certo quando diz que existe um plano para " emburrecer" a humanidade.

Mas ainda tenho esperanças, na Segunda a noite já de volta a Amboise, fomos a um bar do lado do rio, e do outro lado do rio o Castelo de Amboise, simplesmente o melhor bar que já estive até hoje, mas isso não vem ao caso, altas horas da noite, restando no bar só os mais fortes pra bebidas, 2 brasileiros e 1 suíco, todos frequentam a mesma escola, o suiço, um jovem de 25 anos de idade, roupa de metaleiro, cara de metaleiro e que veio ha 3 semanas, sem falar nada de francês, pois queria uma segunda lingua, detalhe, ele estava bêbado, logo o Francês dele estava mais sofrível que o meu, eu comentei que ele era corajoso por fazer isso, pois o francês é bem diferente da lingua nativa dele que é o alemão. Ele disse que achava difícil, mas que não era nada demais, aí olhando nos meus olhos, ele disse que era muito mais difícil para os japoneses, pois não só a lingua tanto oral como escrita são diferentes, mas principalmente a cultura, e por tal ele respeitava demais os japoneses da nossa escola.

Nesse momento eu vi uma fagulha de humanidade nos olhos dele. Ele estava emocionado, e eu também me emocionei.

E essa fagulha me deu esperanças novamente.

Essa percepção de diferença cultural e o respeito por ela é o que falta na maioria das pessoas.

É o combustivel para a sabedoria, não para o conhecimento, pois conhecimento qualquer um pode ter, a humanidade como motivo para o conhecimento leva à sabedoria.

Hoje vou terminar com uma campanha e não com um aforismo.

Não vençam na vida, isso qualquer um pode fazer. Seja humano, olhe nos olhos das pessoas e diga o que você pensa e não o que as pessoas esperam ouvir!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Depois da segunda impressão!!


Olá a todos, sei que alguns estão ansiosos pelos posts no blog.

Porém decidi postar apenas a cada 15 dias, para não entediar a maioria.(RS)

Bom, depois de chegar em amsterdan ir pra Dublin, ir pra Londres, depois pra Reigate, de Reigate pra Amsterdan, de Amsterdan pra Edinburgo, de Edinburgo pra Londres, de Londres pra Reigate, e agora de Reigate pra Bordeaux, sento à frente do computador para escrever algumas linhas.

Reigate foi encantador, além da exuberante siplicidade do lugar, com toda sua calma e tranquilidade, ainda tive a oportunidade de conversar com amigos que admiro não só pela inteligencia como pela paciência de me acolher em casa.(RS)

Em UK pude perceber uma educação enorme, todos muito polidos sempre. Porém percebi uma enorme dificuldade em olhar outras pessoas nos olhos, só se apresentados, ou se fizer parte do circulo de amizades é que se ganha um olhar do tipo olho no olho.

O que sobra em educação falta em Humanidade, não há conexão humana entre os ingleses.
Tive a oportunidade de conhecer a Baker Street, mais especificamente o numero 221B, pra quem não sabe, esse é o endereço do famoso detetive Sherlock Holmes, que eu tive a honra de acompanhar as aventuras quando adolescente pelas edições de bolso da Ediouro. Essa visita foi a mais emocionante de todas até agora. alguns podem pensar, mas você viu castelos na Escócia, tomou Guinness em vários Pubs de Dublin, viu a London Bridge o Palacio de Buckingham, e vem me dizer que a parte mais emocionante foi a Baker Street???
Foi sim, e explico o motivo. Há quase 20 anos atrás enquanto lia uma das estórias do Sherlock, em que ele quase foi assassinado, vários detalhes da rua foram dados pelo Autor Sir Arthur Conan Doyle, e eu pensei comigo, um dia eu vou nessa rua, pra olhar para essa janela que ele descreve tão bem. Um menino de pouco mais de 14 anos, que não ganhava o suficiente nem pra se divertir direito, auxiliar de uma farmacia, sonhava em atravessar o Atlantico pra ver o lugar que inspirou seu personagem favorito.
Ficar na frente do prédio e olhar a janela, como eu disse que um dia eu faria, me fez lembrar do que aquele menino sentia, de como era bom sonhar, e como ele sonhava com coisas grandes.
Poucos sonhos dele não se tornaram realidade, estão próximos, mas ainda não são realidade.

Chegando em Bordeaux pude perceber que há uma enorme diferença entre os franceses e os ingleses. E não falo da postura, da educação ou até mesmo da humanidade, pois nisso eles são iguais. O tudo o mais é diferente, e quando digo o tudo o mais, quero dizer os trejeitos, a maneira de olhar(ainda não nos olhos), a maneira de andar, de dirigir(sem contar a mão inglesa), até o cantarolar dos passaros soa diferente. Podem estranhar, fazer cara feia e dizer -- Lá vem o Kleber viajar na maionese novamente. Mas é verdade, não que os passaros aqui façam biquinho ao cantar, rs, é que os passaros na Inglaterra tem um ar austero no canto, meio que educado demais, aqui na França o passaros tem um canto mais alegre, menos preocupado em incomodar o vizinho.

Bom tirando essas diferenças, o que me ocorreu foi que o meu receio em relação a lingua se desfez já no taxi. Consegui me comunicar tranquilamente com a taxista, que por sinal tinha um cachorrinho que ela traz pra trabalhar, estranhei quando entrei no carro, mas pensei -- Tudo bem, to na França, mas tomara que esse cachorro não comece a latir, ou vai ser o primeiro cachorro voador da França. KKKKKK

E também consegui explicar na recepção do hotel que eu havia feito a reserva pela internet, e que ela não conseguia achar por estar procurando pelo primeiro nome.

Como disse um grande filosofo amigo meu, Baguá tem em todo lugar, acreditem ...Até na França!! KKK

Sem mais digo até logo, pois vou tirar um cochilo pois estou quebrado, dormi pouco a noite passada.

Beijos e Abraços à todos!! Logo conto novidades sobre Amboise.
E como não poderia deixar de ser vai aqui a frase do período:
No Matter Where you are, what you do if the who you are means nothing to you!!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Primeira impressão da Europa


Há dois anos estive aqui, e tive a impressão de que seria ótimo voltar e rever os lugares onde estive antes.
Mas os lugares me pareceram diferentes, o que pode mudar tanto em 2 anos? O lugar?
Claro que o que mudou nesses 2 anos foi o meu interior, minha perspectiva, ou melhor dizendo a falta dela.
É incrivel como lugares antes lindos agora parecem simples, e lugares que antes eram simples, agora parecem lindos.
Amsterdan tinha o cheiro de nothing to worry about, não que as pessoas por poderem usar drogas pareceram não se preocupar com nada, falo dos locais, das pessoas que vivem lá, eles têm esse estranho olhar de não dúvida.
Mas diferente do olhar do que não tem perguntas e portanto não tem dúvidas, é o olhar de quem tinha perguntas e já tem as respostas.
Vi muitas pessoas no Brasil que tinham o olhar da não dúvida, mas pessoas que nunca se preocuparam em perguntar nada!
Lá vi pessoas que não só fizeram perguntas, como obtiveram respostas e respostas satisfatórias.
Vou descobrir pra quem perguntaram! =) É uma questão de honra.
Em Edinburgo ao passear pelas ruas rodeadas de prédios mais velhos que o país que nasci, sempre com a volúpia gelada da brisa do atlantico norte me beijando a face e equalizando a temperatura do meu corpo com a do meu coração, tive a triste sensação de saber que ainda posso sentir.
Não sei se meu corpo na mesma temperatura do coração lhe deu novas sensações, ou se a brisa gelada aqueceu meu peito.
A Verdade é que soube já no primeiro dia que tudo que eu havia feito estava certo, e o mais importante eu agora sei o motivo pelo qual não encontrei o que procurava.
Aqui cheira a paz, uma paz estranha, e conturbada, me dirão que não se trata de paz então, mas eu explico que é a paz dos que não querem outra coisa, é a paz de quem procura a paz, e não a paz de quem é encontrado por ela. É uma paz falsa, que esconde um turbilhão de sentimentos antagônicos, o ódio pelos ingleses, a falta de identidade única, orgulho de ser Scotish, etc.
E o enorme número de estrangeiros que passam por aqui pra ver os castelos e prédios antigos, se maravilham com a beleza mas não conseguem ver atraves da beleza, a dor que esse país sofreu no decorrer de milênios!!
Me vejo ainda entediado, me vejo ainda procurando por respostas, não estavam em Amsterdan, ou em Dublin, ou aqui em Edinburgo. Acredito que eu tenha feito perguntas demais e em uma única vida não serei capaz de responder à todas elas!!

Que sejam várias vidas então.
Não descansarei enquanto não as obtiver.

É incrível como mesmo aqui, as pessoas conversam, interagem, até se beijam, mas nãoo encontram o lado humano da outra pessoa. São esqueletos cobertos de musculos e sangue interagindo como que programados para fazê-lo. Os instintos os regem, não tem consciência do que seria interagir, procuram sensações não sentimentos.

Essa fase de 2 semanas culmina em uma única frase!!
Timeo Hominem Unius Libri.

É, eu ainda tenho medo do homem de uma única sabedoria, especialmente aquele que não aceita a existência de outros livros.
Espero que gostem das minhas impressões, e que não se entediem com elas!!