Vencer na vida importa?

domingo, 8 de janeiro de 2012

Todos iguais???

Somos todos diferentes e iguais nas diferenças.
Como diria Humberto Gessinger:

Todos iguais e tão desiguais,

Uns mais iguais que os outros.

Quais são nossas diferenças e igualdades, será que nossas igualdades nos diferem ou nossas diferenças nos igualam?

Viver em uma cidade como São Paulo nos faz ver a humanidade de forma diferente. Mesmo alguém que já passou por cidades como Nova York, Londres, Los Angeles, Paris, Londres, Roma ao se deparar com São Paulo, treme. E treme não de medo, não de aversão ou de ogeriza e sim de emoção. A cidade pulsa, irrita, acalma, acaricia e estapeia ao mesmo tempo.

O cheiro acre do ignorancia é temperado pelo aroma doce de olhos curiosos de jovens que questionam, se irritam com o cruzar de braços, se revoltam com o comodismo cego de quem desistiu da vida e se tornou um robô do sistema.

Robô do sistema sim, todos aqueles que têm suas ações iniciadas pelo desejo de servir aos designios da sociedade(entenda vencer na vida). Acordar cedo e se arrumar para ir ao trabalho que não entendem a finalidade, para almoçar no horario designado por eles, ficar até mais tarde na doce ilusão de que isso lhe dará vantagens sobre os outros concorrentes àquela promoção. Eles estão insatisfeitos com o trabalho e acham que a promoção será a salvação deles, mas nem sabem o motivo da insatisfação.

Robô do sistema aqueles que ao sair do trabalho em convivência com seus iguais falam apenas do que sabem falar, seus trabalhos, suas ações.

Robôs do sistema aqueles que ao voltar pra casa beijam a esposa que jamais conhecerão, por ser parte da obrigação diária do bom marido.

Cada um vai ao seu trabalho, se reúne com a sua turma e beija a sua esposa. Podemos dizer que eles tem trabalhos diferentes, turmas diferentes e esposas diferentes?

Sim podemos dizer isso, mas eles são todos iguais, acho até que se trocassem entre sí o trabalho, a turma e até a esposa, eles nem perceberíam a diferença.

OS robôs não vão ao trabalho para fazer a diferença, criar algo que altere a história da humanidade, ou simplesmente que facilite a vida de alguém, ou faça a diferença para alguém.

Como sabem que gosto de dar exemplos imaginem um antigo ourives que recebeu um pedido de uma pessoa para fazer uma jóia, ao terminar o trabalho descobre que a jóia era para guardar uma pequena foto de alguém que já havia falecido.

Além da recompensa monetária, ele ajudou alguém a manter a memória de alguém querido.

Os Robôs não vão ao happy hour para um confrontamento de almas, eles vão contar fatos apenas, dizer quando acordaram o que fizeram depois, o que comeram, como era o tempero.

Em nenhum momento eles vão dizer:

-- Nossa, eu vi ontem a noite no metrô uma criança de poucos meses sorrir tão gostoso ao perceber que o teto do trem da linha amarela se movimenta em contraste com o teto do outro vagão. Ela ria até perder o folego de algo que nós nem prestamos atenção.

Os Robôs não vão beijar suas esposas e perceber a reação dela ao seu beijo e apenas pela reação saberiam se elas tiveram um dia turbulento ou tranquilo, se ela precisa de um abraço ou de um beijo mais picante, se ela realmente o ama, ou se ela é só um robô.

Não permita que façam de você um Robô!! Indiferente da sua linha de trabalho, faça como se fosse o ourives fazendo a jóia que guardará a foto do ente querido.

Façam happy hour para confrontar almas, não para narrar o dia de vocês.

Beijem suas esposas como se fossem as suas esposas.

Se você consegue entender isso você faz parte da resistência.

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